Câmara aprova urgência de PL que veda cobrar bagagem de mão
Medida proíbe companhias aéreas de cobrar pelo transporte de bagagens de mão
Publicado em 22 de outubro de 2025, às 12h:29
Projeto quer evitar cobrança de bagagem de mão Foto: Pixabay
Projeto quer evitar cobrança de bagagem de mão Foto: Pixabay

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Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (21) o regime de urgência para o projeto de lei que proíbe companhias aéreas de cobrar pelo transporte de bagagens de mão em voos nacionais e internacionais. A decisão acelera a tramitação da proposta, que poderá ser votada diretamente no Plenário, sem passar por comissões temáticas.

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), classificou a cobrança como “abusiva”. Já o relator da matéria, deputado Neto Carletto (Avante-BA), afirmou que o texto é “de extrema importância para os consumidores”.

– Não aguentamos mais tantas taxas e cobranças. É um projeto extremamente justo – disse Carletto.

A proposta garante por lei o direito de passageiros levarem gratuitamente uma mala de mão e um item pessoal, como mochila, pasta ou bolsa, em voos com origem ou destino no Brasil. O texto também proíbe tarifas que excluam ou restrinjam esse direito, permitindo cobrança apenas se o passageiro exceder os limites de peso e dimensão definidos pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

O tema voltou ao centro do debate na última semana, após a Gol passar a disponibilizar para alguns voos uma nova tarifa que restringe a bagagem de mão. A nova modalidade, chamada de “básica”, só permite levar um item pessoal, como mochilas ou pastas, sem direito à mala colocada nos compartimentos superiores da cabine.

O Procon-SP pediu explicações à Gol e à Latam, que também oferece modelo semelhante de passagem em alguns voos, por considerar que a medida pode ferir direitos do consumidor.

Ao comentar o caso, a Latam afirmou que a modalidade está disponível somente para rotas internacionais e não é aplicada em voos domésticos, além de ser uma “opção de compra mais econômica, ideal para passageiros que viajam com pouca bagagem”. A Gol, por sua vez, informou que se manifestará diretamente ao Procon-SP.

A discussão sobre a cobrança de bagagens não é nova. Em 2017, a Anac autorizou as companhias aéreas a cobrar pelo despacho de malas de até 23 quilos, mantendo gratuita apenas a bagagem de mão. O Instituto de Defesa de Consumidores (Idec) classificou a mudança na época como “um retrocesso ao direito do passageiro” e enviou carta à agência pedindo revisão da norma.

Por: *AE

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